PASSA

Fala-se muito, eu inclusive, do minhocão.
Já alertei várias vezes, no entanto, que aquele monstro assassino de cidades que chamamos minhocão é apenas uma parte do grande Rhinodrilus Alatus que nos devora.
Este outro trecho do monstro, por sua vez, é tão ou mais deletério que o seu rabo (ou cabeça) famoso e sufoca o Glicério, região, do ponto de vista da localização, privilegiadíssima da cidade e mais um enorme, quase incalculável, prejuízo causado pela versão truculenta do modelo rodoviarista que herdamos da década de 1970.
Neste caso, ele é também muito didático: a região sofria com alagamentos constantes e enchentes severas.
Então, qual a solução dada?
Suspende o viário!!
Alguns diriam venda o sofá, outros diriam corte a cabeça que a enxaqueca passa.

Valter Caldana

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SUPRIMIDA

A Câmara Municipal, que está a um passo de colocar São Paulo no século passado destruindo a Lei Cidade Limpa, aprovou um projeto de substituição de vagas de estacionamento de automóveis por jardins.
Muito bom!!! Necessário até. Parabéns às vereadoras que patrocinaram o projeto.
Mas, não vi ainda (posso ter procurado mal), quanto vai nos custar, a todos nós, o pagamento das vagas suprimidas, que pertencem à empresa que as comprou e usa carros circulando non stop e poluindo a cidade para verificar se o “cartão está preenchido”.
Explicando (escrevi sobre isso à época): a zona azul foi privatizada na regra do porcada. Ou seja, se paga para a empresa que comprou o direito de explorar o serviço por cada vaga e não pelo serviço total. Logo, cada vaga suprimida deverá ou ser reposta em outro local de mesmo valor ou indenizada.
A dúvida é: nós teremos que pagar para a empresa por cada vaga suprimida?
Se alguém souber a resposta, os comentários estão abertos.

Valter Caldana

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RISCO

Tenho visto reações bastante indignadas de uma parcela significativa da sociedade eleitora com relação aos resultados (previsíveis) da privatização de parques, áreas públicas e outras áreas e equipamentos de lazer e cultura da cidade.
fico me perguntando: mas por que alguém acharia que seria diferente?
E acrescento.
As “distorções” neste campo são apenas exemplos primaveris do que acontecerá com todo o resto do patrimônio privatizado. Vide Enel, cemitérios, etc…
Mesmo assim defendem, elegem e reelegem o mesmo modelo e, pior, não realizam que o problema não está necessariamente na privatização, mas sim no porque e no como ela é feita.
Feita por motivação meramente ideológica e objetivos mercantilistas. É o Liberalismo Monopolista de Estado e Capitalismo sem risco.
28/06/2025
Valter Caldana
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BICO

É difícil entender a incapacidade que setores do poder em SP tem para aprender que a liderança e a hegemonia de que gozamos no cenário brasileiro e sul-americano se deve a maciços investimentos em produção de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento realizados na esfera pública.
Me incomoda não perceberem que foram exatamente seus antepassados que formularam esta política pública retumbantemente vitoriosa a partir de 1932.
Sim, 1932, quando perdemos na porrada e ganhamos na inteligência. Qual foi a resposta da elite paulista à derrota pra Getúlio? A criação da USP. Isso só para começar…
Os exemplos de Salles Oliveira, Carvalho Pinto e Paulo Egídio não servem para nada? Ô dó…
Agora, não basta venderem as terras e fazendas dedicadas à pesquisa, ainda querem que os pesquisadores tratem o serviço público como bico…

Valter Caldana

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/06/21/proposta-com-novas-regras-para-carreira-indispoe-cientistas-com-tarcisio.htm?fbclid=IwY2xjawLc2J5leHRuA2FlbQIxMQBicmlkETEzRUJKWjkxeHdaeVZGaEZ5AR6-1Juupvo9fPWpAvRiPJLYk-wmCZgOdo4falxKRruIJ17haKIXN4Tc1D_SHA_aem_IGnRglp4nVwcs9

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QUALIDADE

Eu soube que o Conpresp determinou que a Peugeot desmonte o show-room e pare de fazer test-drive de carro dentro do Parque da Água Branca.
Excelente!!
Porém, deste episódio, o mais triste não é terem feito tamanho absurdo ou um conselho municipal e vários munícipes terem que gastar seu tempo e recursos para corrigir a bobagem.
O mais triste é perceber, entender, o que a empresa, que puxou o gatilho, pensa de nós.
O mesmo se aplica ao futuro desmonte da Lei Cidade Limpa, ressuscitando uma cidade visualmente nojenta que julgávamos ter sepultado.
Cada anunciante que se servir da licenciosidade que virá, emporcalhando nossa vida, precisa saber que aquilo que estará perpretando contra São Paulo é seu cartão de visita.
E cabe a nós, consumidores, não comprarmos de quem nos considera subespécie, indignos de qualquer tipo de qualidade.
Valter Caldana

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